A primeira grande narrativa clínica de Freud A incapacidade de satisfazer a exigência amorosa real é um dos traços de caráter mais essenciais da neurose; os doentes são dominados pela oposição entre a realidade e a fantasia. Tradução do alemão de Renato Zwick Apresentação de Noemi Moritz Kon Ensaio biobibliográfico de Paulo Endo e Edson Sousa Em outubro de 1900 – menos de um ano após a publicação de seu seminal A interpretação dos sonhos –, Sigmund Freud (1856-1939) recebeu em seu consultório a jovem paciente Ida Bauer, então com dezoito anos, filha de Phillip Bauer, amigo e ex-paciente seu. Ida padecia de vários e persistentes sintomas: perda de urina durante a noite, cansaço, dificuldade para respirar, enxaqueca, tosse, afonia e alucinação sensorial. Freud detectou um caso de histeria, e o tratamento durou onze semanas. Logo em seguida, se pôs a escrever este Fragmento de uma análise de histeria (ou O caso Dora, nome com que a paciente é rebatizada), publicado em 1905. Aqui vemos Freud em plena ação terapêutica, buscando aplicação prática para sua teoria psicanalítica, aliando ideias de A interpretação às teorias sobre o desenvolvimento psicossexual na infância, e mais uma vez revolucionando o entendimento sobre o ser humano.
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